James Reed e sua esposa Margaret
Em 1846, moradores da cidade de Springfield, no estado
americano de Illinois, juntaram seus pertences e partiram em busca de uma vida
melhor. Eram 81 migrantes indo para a Califórnia com a esperança de encontrar
terras férteis e oportunidades de trabalho. O episódio ficou conhecido como
Donner Party – em referência aos irmãos George e Jacob Donner, que lideraram a
expedição. No entanto, quando estavam perto de seu destino, aos pés da montanha
de Sierra Nevada, o grupo foi surpreendido por uma nevasca.
A chegada repentina e antecipada do inverno manteve o grupo
isolado até fevereiro do ano seguinte. Com poucos suprimentos – feijão, picles
e algum condimento – mais de 40 pessoas morreram de fome e foram enterradas na
neve. Com o fim do inverno, os sobreviventes seguiram viagem e chegaram à
Califórnia. Hoje, seus descendentes agradecem o esforço dos familiares, mas uma
dúvida permanece: como essas pessoas conseguiram viver sem comida? Uma resposta
sempre aterrorizou os historiadores: canibalismo. A hipótese de que a carne
congelada dos amigos e parentes mortos teria sido a salvação do grupo surgiu
quando viajantes que estiveram no local após a partida do grupo relataram ter
visto pedaços de ossos humanos espalhados por todo o acampamento. Porém, os
sobreviventes negaram o fato.
O assunto continua um tabu entre os descendentes dos que
escaparam vivos, mas, agora, a hipótese de antropofagia está sendo reforçada
por uma pesquisa da Universidade do Oregon. Perto do lago Alder foram
encontrados objetos que pertenceram aos viajantes da Donner Party, como fivelas
de metal, louças, latas, garrafas de álcool e jóias. Mas o que chamou mais a
atenção dos pesquisadores foram os fragmentos de ossos. Um deles, do tamanho de
um dedo, tinha duas marcas de cortes, iguais aos feitos por caçadores para
retirar a carne dos ossos de animais. “Aparentemente, o osso é humano, o que
faria dessa a primeira evidência de que houve canibalismo”, diz Julie
Schablitsky, arqueóloga responsável pela pesquisa.
O mistério em torno da expedição só será desvendado com a
comparação do material genético dos ossos com o dos descendentes das famílias.
Os mais jovens já concordaram em fazer exame de DNA. “Há um pouco de
resistência, pois eles não acreditam que os familiares tenham comido a carne de
amigos e parentes mortos, mas ao mesmo tempo eles querem ver tudo esclarecido”,
afirma Julie.
Atacados por um Monstro Alado?
Os índios Shoshones, Bannocks, e Paiutes possuem
lendas sobre pássaros semelhantes a águias, mas com cinco ou seis vezes o
tamanho de uma águia comum que viveriam no deserto.
Em 1936 a
lenda ganhou contornos de verdade quando o Drº Walter M. Stookey, trabalhando
para a Universidade de Utah, buscava no Grande Deserto de Sal os restos da
caravana do grupo Donner. Seguindo as marcas das carroças
ainda visíveis, com um trator de esteira, o Drº Stookey encontrou os restos da
expedição, e um pouco mais.
Encontrou ninhos parecidos com os de cegonha sobre montes de
terra, mas muito maiores. Em alguns deles os pedaços de madeira das carroças da
caravana Donner, provavam que tinham sido feitos nos últimos cem anos.